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Cross

Cross by mwolosker at Garmin Connect - Details
Tênis: Supernova Laranja

Certa vez, em um dos inúmeros treinamentos gerenciais que fiz, carinhosamente apelidados de "cursos de abraçar a árvore", perguntaram-me qual a definição de felicidade. Optei pelo lugar comum e disse que era "estar com aqueles que gosto". Mais tarde, cheguei à conclusão que "felicidade é um bosque úmido". Esquece. Hoje descobri que "felicidade é uma correr no leito de um rio".

Foi a terceira vez em que estive no Altiplano Leste (alguém consegue me explicar a diferença entre um planalto e um altiplano?). No ano passado, acompanhando o Éder, nos perdemos e não chegamos até ao rio. No início de abril, o Henrique foi junto e não me deixou ir com o resto do pessoal. Hoje, finalmente, tudo ocorreu conforme o planejado e pude verificar porque o Laurent falava tanto dessa trilha.

Para ficar perfeito, só faltou sairmos mais cedo. Combinamos de nos encontrarmos no Parque da Cidade, para sairmos em caravana. Entre um desvio e outro para pegarmos alguém, começamos a trotar apenas às 9:05, quando o sol já estava bem quente. A elite saiu um pouco mais tarde, para tentar encontrar o resto do pessoal no rio Paranoá, onde uma parada estava programada, mas nos alcançou muito antes disso.

Os primeiros 3 km são relativamente planos, com um pequeno trecho de asfalto e a maior parte em terra batida. A partir daí, desce-se cerca de 200 m até o ponto mais baixo do percurso. E é aí que a surpresa está reservada: um afluente do rio Paranoá. No início, pensei que fossemos apenas cruzá-lo. Fiquei preocupado em não molhar o tênis, escolhendo aonde aterrizar, até que entendi o espírito da coisa. Não íamos apenas cruzá-lo ou ainda, correr paralelamente a ele. O objetivo era correr dentro do rio. A partir daí, qualquer problema em molhar os pés foi abstraído.

Infelizmente, não levei câmera para registrar o momento. Nessas horas os óculos espiões do Mercado Livre fazem falta. Vou tentar descrevê-lo: sabe aqueles filmes sobre a guerra do Vietnã, onde os soldados estão andando no leito de um rio, dentro da mata fechada, esperando serem emboscados a qualquer momento? É o que me vem à mente quando tento descrever o cenário. Só que, ao invés do barulho de rajadas de metralhadora, apenas nossas pisadas no cascalho cortavam o barulho da correnteza. E foi então que bateu uma sensação de felicidade enorme. Nunca tive o tal "barato do corredor", quando a endorfina liberada em decorrência do exercício físico gera uma sensação intensa de bem-estar mas, se ele existe, não deve diferir muito do que senti naquele momento.

Depois de cerca de 900 m, chegamos à uma curva do rio Paranoá, à jusante da barragem, onde paramos para dar um mergulho. Quaisquer questionamentos que pudessem ter sido feitos a cerca das condições de banho do rio foram coletivamente esquecidos. Depois de meia hora, retornamos pelo mesmo riacho até um ponto onde saímos à esquerda e fomos por um outro caminho, certamente não tão agradável como o anterior. Eu estava desidratado e não havia levado água. A volta foi uma sucessão de subidas e descidas - obviamente muito mais das primeiras - até retornarmos ao haras, onde fizemos um lanche.

Voltei para casa com a vontade de retornar o quanto antes.

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