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Heróis que se tornam vilões

Felizmente, o mundo não é tão preto e branco quanto nossa visão maniqueísta pretende que ele o seja. Não existem heróis nem tampouco vilões. O que existem são atitudes heróicas, atitudes desprezíveis e, entre elas, infinita gradações, infinitos tons de cinza.

Escrevo isso com dois atletas em mente, que deixaram de ser heróis para se tornarem vilões instantaneamente, num curto espaço de tempo. O primeiro deles, Lance Armstrong, deixou de ser um exemplo de superação para cair em desgraça, um pouco pelo doping, um pouco pela truculência com que tentou intimidar as pessoas que vieram a público denunciar o que, no íntimo, todos sabiam mas fingiam ignorar, na esperança de tornar mentira a incômoda verdade que o herói que venceu a morte se dopou durante toda a sua carreira. Que os inéditos 7 títulos consecutivos do Tour de France foram obtidos por meio de uma trapaça.

O segundo, Oscar Pretorius, era outro exemplo de superação. Biamputado, participou de uma semi-final olímpica dos 400m. Se para a maioria das pessoas participar de uma olimpíadas é apenas um sonho, imagina para alguém que usa duas próteses no lugar das pernas? De uma hora para outra, ele deixou de ser um herói para ser o assassino que matou sua namorada com 4 tiros.

Todos nós tomamos atitudes que nos envergonhamos, embora, no íntimo, queiramos que, ao olharmos para trás, só vejamos as que nos trazem orgulho. Certamente a maioria de nós nunca vai ameaçar a vida de alguém, muito menos tirá-la mas todas nossas atitudes invariavelmente terão alguma tonalidade cinza em algum lugar entre o preto e o branco, entre o mal e o bem absoluto. Tomara que o nosso balanço final tenha uma tonalidade clara.

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