O prazer de correr
Há um documentário chamado "The Spirit of Marathon" que acompanha a preparação de 6 corredores, amadores e profissionais, para a Maratona de Boston. Um dos personagens é um senhor de idade avançada, veterano de algumas maratonas, que estava acompanhando a filha em sua primeira maratona. Em um determinado momento, ele diz que nunca sentiu o tal do "barato do corredor", momento em que supostamente a produção de endorfina, combinada com o alinhamento dos astros, proporciona uma sensação entorpecente. Que o único prazer que sente se dá quando para de correr. Concordo com ele.
Correr não é nenhum passeio no parque. Correr é sofrido. Correr cansa. Correr machuca. As fotos dos quilômetros finais de uma corrida dão a medida da quantidade de sofrimento envolvida. Alguém acredita que eu estou realmente gostando da sensação? Uma ova! Eu estou odiando cada segundo que se passa, doido para ver a linha de chegada e, quando a vejo, o sprint final nada mais é do que uma tentativa de acabar com a dor o mais rapidamente possível.
Durante os treinos não é diferente. É desalentador terminar um tiro e perceber que ainda faltam 17. Chegar na última volta e saber que ainda faltam 400 metros. A droga dos últimos 400 metros. A porcaria dos últimos 200 metros. A meleca dos últimos 100 metros.
Então, por que diabos correr? Primeiro porque, apesar de ser sofrido, a sensação depois que se termina uma prova, um treino, um trote, é boa demais. Compensa em muito. Eu corro não pelo o que sinto durante a corrida, mas pelo que sinto depois que paro de correr. Se há uma euforia em correr, ela consiste em se olhar o cronômetro e ver que o tempo programado foi atingido. Em completar todos os tiros da planilha no tempo.
Segundo motivo: correr é uma das poucas coisa que eu conheço em que a recompensa é proporcional à dedicação. Até existe o fator sorte, mas ele não é tão preponderante quanto o fator dedicação. Acontece de estar num dia ruim. Acontece de se correr contra o vento. Acontece de chover. Mas são as exceções. Na maioria das vezes, o resultado tão bom quanto à dedicação dos treinos.
Correr não é nenhum passeio no parque. Correr é sofrido. Correr cansa. Correr machuca. As fotos dos quilômetros finais de uma corrida dão a medida da quantidade de sofrimento envolvida. Alguém acredita que eu estou realmente gostando da sensação? Uma ova! Eu estou odiando cada segundo que se passa, doido para ver a linha de chegada e, quando a vejo, o sprint final nada mais é do que uma tentativa de acabar com a dor o mais rapidamente possível.
Durante os treinos não é diferente. É desalentador terminar um tiro e perceber que ainda faltam 17. Chegar na última volta e saber que ainda faltam 400 metros. A droga dos últimos 400 metros. A porcaria dos últimos 200 metros. A meleca dos últimos 100 metros.
Então, por que diabos correr? Primeiro porque, apesar de ser sofrido, a sensação depois que se termina uma prova, um treino, um trote, é boa demais. Compensa em muito. Eu corro não pelo o que sinto durante a corrida, mas pelo que sinto depois que paro de correr. Se há uma euforia em correr, ela consiste em se olhar o cronômetro e ver que o tempo programado foi atingido. Em completar todos os tiros da planilha no tempo.
Segundo motivo: correr é uma das poucas coisa que eu conheço em que a recompensa é proporcional à dedicação. Até existe o fator sorte, mas ele não é tão preponderante quanto o fator dedicação. Acontece de estar num dia ruim. Acontece de se correr contra o vento. Acontece de chover. Mas são as exceções. Na maioria das vezes, o resultado tão bom quanto à dedicação dos treinos.
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