Maratona de Santiago - A preparação.
Maratona não tem improviso. Sempre acreditei nisso. Todas as maratonas que corri foram seguidas de semanas extenuantes de rodagem acumulada. Desta vez não foi possível. Desta vez, se for, vai ter que ser no improviso.
No meio do caminho havia uma pedra. Havia uma pedra no meio do caminho. Um cálculo biliar, para ser mais preciso. Acordei de madrugada com uma dor lancinante e, pouco depois, já estava no hospital. Ainda cogitei em adiar a operação até a volta, mas o médico me ameaçou com um monte de burocracia caso a cirurgia deixasse de ser de urgência para se tornar eletiva, e eu resolvi ser operado no mesmo dia.
Abebe Bikila, um dos maiores maratonistas de todo o tempo, ganhou sua segunda medalha olímpica de ouro em Tóquio, 1964, apenas 6 semanas após ser operado de um apendicite. Creio que a operação dele tenha sido bem mais traumática do que a minha, uma videolaparoscopia que me possibilitou alta no dia seguinte. Só que ele era mais que um maratonista. Era uma lenda. Eu sou apenas um amador tentando provar a si próprio que pode se superar a cada corrida. E a corrida nem mais é a única que me faz me levantar às 5:30 da manhã todos os dias. Agora ela divide espaço com a bicicleta. Agora ela concorre com a natação. Já que não seria possível fazer a preparação completa, continuei a pedalar e a nadar como se a maratona não estivesse no horizonte.
Já estava conformado em ir para Santiago apenas para fazer turismo e beber vinho - o que também não é nenhum sacrifício - quando uma coisa interessante aconteceu. Eu resolvi fazer um longão hoje e, para o meu espanto, deu tudo certo. 25 km ritmado, fatigado de um pedal de 90km ontem. Começou a bater uma pontinha de esperança de correr, terminar e, quem sabe, até mesmo fazer bonito.
É interessante como decisões que se toma num estalo podem ter consequências relevantes. Se eu resolvesse ter ficado na cama hoje, o que não me traria nenhum remorso depois de ter pedalado com o Pelotão da UnB ontem, eu estaria me preparando para conhecer de verdade Santiago, já que em 2011 eu estive restrito a Las Condes. Só que eu desci. Comecei a correr e as passadas fluíram tão facilmente, que ao invés dos habituais 5 min/km, eu estava correndo 10, 15 segundos a menos do que isso.
Então, já que a oportunidade surgiu, vou considerar o longão de hoje a preparação para a corrida. Que seja para o bem.
No meio do caminho havia uma pedra. Havia uma pedra no meio do caminho. Um cálculo biliar, para ser mais preciso. Acordei de madrugada com uma dor lancinante e, pouco depois, já estava no hospital. Ainda cogitei em adiar a operação até a volta, mas o médico me ameaçou com um monte de burocracia caso a cirurgia deixasse de ser de urgência para se tornar eletiva, e eu resolvi ser operado no mesmo dia.
Abebe Bikila, um dos maiores maratonistas de todo o tempo, ganhou sua segunda medalha olímpica de ouro em Tóquio, 1964, apenas 6 semanas após ser operado de um apendicite. Creio que a operação dele tenha sido bem mais traumática do que a minha, uma videolaparoscopia que me possibilitou alta no dia seguinte. Só que ele era mais que um maratonista. Era uma lenda. Eu sou apenas um amador tentando provar a si próprio que pode se superar a cada corrida. E a corrida nem mais é a única que me faz me levantar às 5:30 da manhã todos os dias. Agora ela divide espaço com a bicicleta. Agora ela concorre com a natação. Já que não seria possível fazer a preparação completa, continuei a pedalar e a nadar como se a maratona não estivesse no horizonte.
Já estava conformado em ir para Santiago apenas para fazer turismo e beber vinho - o que também não é nenhum sacrifício - quando uma coisa interessante aconteceu. Eu resolvi fazer um longão hoje e, para o meu espanto, deu tudo certo. 25 km ritmado, fatigado de um pedal de 90km ontem. Começou a bater uma pontinha de esperança de correr, terminar e, quem sabe, até mesmo fazer bonito.
É interessante como decisões que se toma num estalo podem ter consequências relevantes. Se eu resolvesse ter ficado na cama hoje, o que não me traria nenhum remorso depois de ter pedalado com o Pelotão da UnB ontem, eu estaria me preparando para conhecer de verdade Santiago, já que em 2011 eu estive restrito a Las Condes. Só que eu desci. Comecei a correr e as passadas fluíram tão facilmente, que ao invés dos habituais 5 min/km, eu estava correndo 10, 15 segundos a menos do que isso.
Então, já que a oportunidade surgiu, vou considerar o longão de hoje a preparação para a corrida. Que seja para o bem.
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