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Pelotão Evolua - Volta ao Mundo versão extendida

Depois de um Pelotão, nada melhor do que um girinho no dia seguinte para soltar as pernas. Se um girinho é bom para soltar as pernas, um girão deve soltar ainda mais. Que o diga o João Vítor que nos acompanhou unicamente com este propósito, com vistas à corrida do dia seguinte em Goiânia.

Foi a segunda vez que fizemos este pedal no ano, saindo do Deck, mas desta vez com uma pequena pegadinha: em fevereiro chegamos à L4 Sul pela Ponte Costa e Silva. Desta vez demos uma esticadinha no CNPQ. O que são 10 quilômetros a mais? Quem pedala 135 pedala 145.

Na partida, Matheus, ainda sem uma speed para nos acompanhar, descobriu que a bicicleta do João Vítor é do seu tamanho. Em pé, tanto a bike quanto o escalador da equipe têm exatamente a mesma altura: 1,48m. Bem que tentou convencê-lo a emprestar a bike mas, infelizmente para ele (ou não), teve que se contentar em fazer o apoio na famosa Saveiro do papai Gaúcho. Saímos pontualmente um pouquinho depois das 6 horas e o quórum, já abaixo do normal, ficou ainda mais reduzido quando o Macedo caiu em si:

- O quê? 150 km? 5 horas de pedal? Acabei de ver que a bateria do câmbio descarregou. Vou ter que voltar para casa.

Tô começando a achar que a principal vantagem de um câmbio eletrônico é a possibilidade de sacar esta desculpa na hora do perrengue. Já que o nosso câmbio é mecânico mesmo, tivemos que nos resignar e prosseguir adiante.

Para quem não conhece, a Volta ao Mundo é o percurso mais longo do Distrito Federal. Daí o seu nome. Também é o que possui as subidas mais brutais. Colorado, 185 m de elevação a 5%, uma das poucas subidas de categoria 3 de Brasília. Frita Miolos, 100 m a 6%. Eucaliptos, 125 m a 5%. O total de elevação da atividade, segundo o Strava? 1.700 m. E olha que Brasília é tudo plano. Sei. Uma das paradas obrigatórias da Volta ao Mundo é o Posto do Pedrão, sobre o qual paira uma lenda que me foi revelada pelo meu amigo Rogério Bernardes e que vou repassar em primeira mão no final da postagem, se você prometer que vai ler a história inteira. Era segredo? Não tivesse me contado.

Seguimos, então, 9 evoluídos e um convidado: o Alan Ricardo. Passamos pelo CNPQ e pegamos a pista em direção do Plano Piloto. Na boa. O entroncamento nesse lugar é tão confuso que sempre que passo por lá fico com a impressão que o filho do projetista da obra misturou a tarefinha da escolinha na pasta do pai e ele usou o desenho sem perceber. E o pior é que o projeto foi feito praticamente do zero. O cara tinha tanta chance para acertar... Não precisava reduzir 10 pistas vindas de 3 vias diferentes em apenas 3 pistas num espaço de mais ou menos 100m.

Pegamos a L4 Sul, L4 Norte, onde as marcas da queda de sexta ainda estavam riscadas no asfalto. Prosseguimos em direção ao Bragueto e a subida do Balão do Torto, a primeira do dia. Subimos o Colorado e fizemos o primeiro reagrupamento em frente ao Motel Colorado. Em frente, gente, eu disse em frente.



Seguimos em direção a Sobradinho e, a seguir, Planaltina. Aí descemos a toda velocidade e entramos na direção do Morro da Capelinha, onde desde 1973 a Via Sacra é encenada às sextas-feiras da Paixão, e do Vale do Amanhecer. A mais antiga cidade do DF é também a mais mística. Dali seguimos em direção ao Núcleo Rural da Rajadinha. Chegamos ao Café Sem Troco e ao Posto do Pedrão para o segundo reagrupamento do dia, com direito a lanche. Memê tomou uma tubaína que, de tanto corante, tingiu de laranja a garrafa PET. Imagina a cor do xixi e a sobrecarga renal para processar tanto aditivo químico. Mancha, o paraguaio, começou a cantar Galopeira com tamanha empolgação, com tamanha (des)afinação, que disparou o alarme de um carro. Antes que o dono viesse tirar satisfação, resolvemos pegar nosso rumo em direção a Brasília. A placa indicava que tínhamos pela frente meros 50 km. 50 km, uma Frita Miolos e uma Subida dos Eucaliptos. Nada demais. Ainda tive o bom senso de encher a caramanhola com a água do Pedrão. Nem todos tiveram...



Sempre que volto do Pedrão, fico com a impressão que o fim do percurso é no Balão de Unaí. Chegou até ali, o resto é passeio. Descemos a QI 23 e entramos no Lago Sul. Agora falta pouco. Ataque na Dom Orione. Quem é o doido de fazer chegada depois de 150 km?  Pensando bem, acordar às 5:00 da manhã num sábado, em plena Semana Santa para girar 150 km... Doidos somos todos.

Já que você leu a postagem inteira, é chegada a hora da grande revelação. Trato é trato. A lenda tem seus fundamentos e deve ser levada a sério:

Reza a lenda que a água da fonte do Posto do Pedrão opera milagres. Quem dela beber, tem garantia de bom desempenho nas subidas. Existem, porém, algumas condições: condição número 1: a água tem que ser bebida in loco, ou seja, não vale pedir para um amigo trazer uma caramanhola cheia de água do Pedrão. Quanto mais longe do Posto se bebe, menos efeito ela faz. Condição número 2 os efeitos só são sentidos se o suplicante for para lá pedalando. Ajuda voltar pedalando. Os efeitos são dobrados. Da próxima vez que for lá, faça a experiência e analise se ela tem razão de ser ou se é apenas mais uma história de ciclista.

A fonte de água do Posto do Pedrão

3 comentários:

  1. Já fui bom disso, me distancie daquela mística fonte e até hoje não reencontrei meu pedal. Quiçá dias destes retorne... Muito bom relato, viva o mundo, salve a volta e bendiga a água do Pedrao!

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  2. Já fui bom disso, me distancie daquela mística fonte e até hoje não reencontrei meu pedal. Quiçá dias destes retorne... Muito bom relato, viva o mundo, salve a volta e bendiga a água do Pedrao!

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    Respostas
    1. Basta volta ao Pedrão, Rogério. Como você me ensinou, o efeito da água do Pedrão é milagroso.

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