Header Ads

Header ADS

Wings for Life


O formato usual de uma prova é haver uma distância fixa, sendo declarado vencedor quem percorrê-la em menos tempo. Não tão comum, mas também observadas com relativa frequência são as corridas em que há um tempo fixo e é declarado vencedor aquele que neste período percorrer a maior distância. Agora, uma corrida em que a linha de chegada é um automóvel que vai perseguindo os competidores numa velocidade que vai aumentando ao longo da prova foi a primeira vez que ouvi falar. A tabela a seguir dá um panorama da situação:

08:00: Largada dos corredores;
08:30: Largada do carro perseguidor, a 15 km/h;
09:30: 16 km/h
10:30: 17 km/h;
12:30: 20 km/h;
14:30: 35 km/h;

É declarado vencedor o último a ser alcançado pelo carro perseguidor. O formato é tão inusitado que são realizados simulados nos fins de semana que antecedem a corrida para familiarizar os corredores com ele.

Foi a terceira edição da corrida no Brasil, a segunda consecutiva em Brasília. O percurso foi completamente reformulado. Coincidentemente ou não, o deslocamento dos corredores de volta à linha de largada depois de serem alcançados pelo carro perseguidor ficou mais fácil. Numa corrida em que a linha de chegada é móvel, ou se tem um transporte público eficiente para que os participantes possam voltar por conta própria ou se cria uma logística para recolhê-los. Como transporte público eficiente no Brasil é quase um paradoxo, uma frota de ônibus foi fretada para executar a função. No ano passado, alguns participantes relataram ter gasto mais tempo aguardando pelo ônibus do que propriamente correndo. No novo formato, os primeiros 20 kms do percurso contornavam a largada o que permitia, em alguns lugares, que se voltasse a pé.

A Wings for Life é uma corrida beneficente em que toda a arrecadação com inscrições é destinada à pesquisa da cura de lesões da medula óssea. Os participantes também podem fazer doações através do site ou, ainda, terem sua corrida "patrocinada" por pessoas que não correrão mas que querem contribuir com a causa. A largada é dada simultaneamente em todas as cidades, independentemente do fuso horário. Largar às 08:00, horário habitual das corridas em Brasília foi uma feliz coincidência. A edição inglesa, em Cambridge, largou às 11:00 e a da Costa Oeste dos Estados Unidos, em Santa Clarita, às 04:00.

Meus planos para o fim de semana incluíam somente a Fila Night Run, na véspera. Acontece que minha cunhada estava inscrita e acabou desistido de vir de São Luís para cá. Como havia um número sobrando, decidi ser Taíse por uma manhã e acompanhar Wandréa. Curioso que na única vez que eu havia corrido a Night Run, também emendei um longão no dia seguinte.

Como já é de costume, fomos de bicicleta. Deixamos as magrelas na tenda da Evolua e fomos em direção à largada. Tinha acertado com Wandréa que manteríamos um pace de 5'30"/km, ritmo que, segundo a ferramenta do site da corrida, indicava que correríamos cerca de 19km até que o carro perseguidor encerrasse nossa participação na corrida. Conseguimos manter o pace até entrarmos no Eixão. A partir daí, o fluxo de corredores foi diminuindo, os espaços foram aparecendo e a empolgação de passar os corredores fez com que Wandréa aumentasse o ritmo, ainda que eu de vez em quando eu a alertasse que estávamos indo rápido demais.



Na altura da 107 Norte uma equipe do Detran distribuía rosas amarelas às mamães que participavam da corrida. Peguei uma para dar a Wandréa e, depois, peguei-a de volta e a mantive até o final da corrida para não atrapalhar a prova dela.

Entramos na L4 Norte e passamos a Nadja no cruzamento com a L2. Estávamos indo bem até chegarmos na subida da Caesb, no km 12,5. Aí Wandréa quebrou e tivemos que diminuir o ritmo. No km 15,5 passamos por um posto de hidratação e chegamos a caminhar por um tempo. Eu ainda estava me divertindo e disposto a correr mais. Wandréa, por outro lado, já praguejava para que o carro chegasse logo. No km 16 já era possível escutá-lo. Continuamos a correr até que ele decretasse o fim de nossa participação, bem na entrada do Setor de Embaixadas Norte, convenientemente em frente ao atalho que costumávamos utilizar na finada Maratona de Revezamento do Correio Braziliense para alcançar a Esplanada dos Ministérios.


Um competidor se juntou a nós. Papo de profissional de TI é informática, papo de médico é medicina, papo de ciclista é bicicleta. Papo de corredor é... corridas. Ele começou a falar de sua preparação para a Maratona do Rio, no próximo 19. Se não entendi errado, ele começou a treinar para a prova na semana passada, correu mais ou menos a mesma distância que nós e pretende fazer um longão de 28km no próximo fim de semana. O método ficou ainda mais interessante quando revelou que ele estava disposto a tomar 1 Advil a cada 10km. Numa outra prova ele tinha tomado Toragesic sublingual mas não tinha gostado muito do efeito. Embora a dor tenha passado, o medicamento tinha lhe deixado um pouco grogue.

Quando chegamos perto da Esplanada ele resolveu trotar e se despediu, praticamente no mesmo momento em que a Nadja se juntou a nós:

- Voltando de lesão e correndo 2 corridas seguidas. Tá querendo se machucar de novo?

Naquele instante bateu uma fome quase incontrolável. Só conseguia me lembrar do Dudu contando que, numa meia maratona, sentiu tanta fome que viu um garotinho com um sorvete da mão e só não o tomou pois o pai estava do lado do menino e era grande pra caramba.

Pegamos nossas medalhas e encerramos a parte desportiva do fim de semana, tão intensa que a fadiga muscular só deixou de incomodar na quarta-feira. Fui treinar na terça completamente moído, um daqueles treinos em só se completa na raça, após desligar a parte racional que fica implorando o tempo todo para que se pare.

Só faltava encarar a maratona pela disputa de uma mesa num restaurante em pleno dia das mães mas esta acabou sendo surpreendentemente fácil.

Ficha Técnica:

Corrida: Wings for Life
Número de Peito: 66260
Distância: 16,63 km
Tempo Bruto: N/D
Tempo Líquido: 1:31:32
Pace: 5'30"/km
Colocação Geral: N/D
Colocação por Faixa Etária: N/D

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.