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Todo ano tem exercício de abandono do prédio. Trata-se de uma simulação de um incêndio com hora marcada, onde todos saem com um sorriso no rosto. Parecem até crianças quando bate o sinal do recreio. Por incrível que pareça, o exercício tem sua utilidade. Houve uma vez em que o alarme de incêndio foi disparado indevidamente e, embora ninguém realmente acreditasse que o prédio estivesse em chamas, todos se comportaram conforme o ensaiado, evacuando o prédio e se dirigindo ao local de concentração. Tá certo que, como o alarme não havia sido previamente combinado com a segurança do banco, os vigilantes queriam que todos passassem o crachá e saíssem pela roleta mas, com exceção deste pequeno incidente, tudo saiu conforme o ensaiado.

Às 15:00 o alarme foi acionado.

- Tá pegando fogo! Mulheres e crianças na frente!

Me dei conta que a Áurea é a única mulher dentre as 50 pessoas que trabalhavam na minha sala.

- Corre Áurea que eu quero sair logo daqui!

Desta vez o nosso brigadista não quis nos matar carbonizados. Em um exercício anterior, chegamos na escada e ao abrir a porta, conseguíamos escutar os grilos de tão vazia ela estava. Só que, como estávamos adiantados, ele nos reteve até que o tempo estabelecido para sairmos fosse atingido e, ao abrir a porta novamente, havia uma multidão descendo por ela. Quando passamos pela porta da sala, vi que o nosso chefe estava aguardando.

- É isso aí Vicente. O capitão tem que ser o último a abandonar o navio.

Fomos para a área de concentração. Se fosse um incêndio de verdade, acho que eu não teria coragem de ficar em um local tão próximo ao prédio. Logo, chegaram os curiosos - transeuntes e funcionários  do comércio das redondezas - que não haviam sido informados do exercício, perguntando o que estava ocorrendo, mal disfarçando sua decepção quando sabiam que a tragédia não era real.

Concentração. Você teria coragem de ficar concentrado tão próximo de um prédio em chamas? Nem eu.

As sirenes foram se aproximando e 3 caminhões do corpo de bombeiros foram se desviando dos automóveis parados em fila dupla para estacionar na frente do banco. A escada foi sendo aberta leeeeeeeeeeeeeeeeentamente e, quando finalmente atingiu sua elevação máxima, a torneira foi aberta. Para a decepção geral, da mangueira saiu um spray que nem chegou perto das janelas do prédio. Não dava nem para chamar de jato. No máximo um mijo.


O jato potente da escada magirus


Depois de algumas tentativas, o circo foi desarmado e pudemos retornar para os nossos postos de trabalho. Confesso que fiquei bastante aliviado por trabalhar no nível da rua.

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