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Corrida de 5km da Asbac

Pra um amador como eu, ganhar é uma questão de escolher a corrida certa. Por mais que eu treine, nunca vou conseguir baixar 10 minutos do meu melhor tempo nos 10k, 39'26", para competir com os corredores de verdade. Ou me encaixo numa equipe numa corrida de revezamento que tenha chances apesar da minha participação ou dou sorte de achar uma corrida com corredores tão bons quanto eu.

Partindo desta premissa, se tem uma corrida imperdível é a da Corrida de 5km da Asbac que este ano teve sua 4ª edição. Depois que instituíram a categoria associado, então, perdê-la é praticamente um sacrilégio. Por pouco não fico de fora. Perdi o prazo de inscrição. Na véspera, fiz exatamente aquilo que não se deve fazer: como não tinha certeza se ia conseguir me inscrever, saí de casa para trotar. Mas, como no ano passado, tinham algumas inscrições disponíveis e eu consegui um número pouco antes da largada. As perspectivas eram boas, levei a família inteira para torcer e me ver fazendo bonito na foto.
Família torcendo entusiasmadamente.

É um percurso desgraçado, o mesmo usado nos Jogos Internos do Bacen. São 5 voltas dentro do clube, e apesar de estendida no ano passado, cada uma delas tem um pouco menos de 1km. Não tem trecho plano. Ou se está subindo, ou se está descendo. Tem também as quebras de ritmo causadas por dois retornos em 180º. Em suma, ser rápido nessas circunstâncias não é uma tarefa das mais fáceis. Agora que eu já desfiei o rosário de desculpas por ter corrido acima dos 4 min/km, vamos para a parte boa: dá para correr na frente, o que é uma experiência inusitada. Quando se está lá atrás na muvuca não se tem a menor ideia de sua colocação, do que está acontecendo na prova. Você vê o ritmo de um competidor mais a frente baixando e fica na dúvida se vale a pena dar um gás para tentar passá-lo. Aqui não. Aqui se tem a real noção de como a corrida está se desenrolando e dá até para traçar estratégias.


Hora da largada. Analisando a concorrência as perspectivas de pódio eram animadoras, ao menos na categoria associados. Mas me vi em 12º lugar e,  por mais que a experiência nos diga que a maioria não tem a menor ideia do que está fazendo na corrida e vai quebrar logo ali na frente, sempre bate aquela dúvida se é realmente isso que está acontecendo ou se vou acabar pagando vexame na frente da mulher e dos moleques, mal-humorados por terem sido acordados de manhã cedo num domingo. Felizmente, a experiência é implacável. Na primeira volta já estou em 8º. Vou ganhando terreno e, na terceira, já estou em 6º. Se ninguém passar, o troféu já está garantido. Na última, emparelho com o 4º colocado e fico na dúvida se passo ou se fico atrás dele e aposto no sprint final para decidir a parada. Na realidade, o cara não tem a menor pinta de associado. Talvez seja melhor deixá-lo seguir em frente e me preocupar apenas com quem está vindo atrás. Na primeira subida, passo sem dificuldade mas não consigo abrir. Apesar de não olhar para trás, consigo ouvir sua respiração ofegante por quase toda a última volta. Depois do último retorno, faltando uns 200m em descida, resolvo apertar o passo e sua respiração vai se distanciando. Ele não me acompanhou. Cheguei em quarto lugar e o locutor avisa que Max Moura, o primeiro associado acaba de completar a prova. Bicampeão! 7 segundo depois, passa o 5º colocado e, para a minha surpresa, o cara era associado. Ainda bem que o passei. Será que ele vai participar ano que vem? O nome dele não está no Outlook. Ao menos no Jogos Internos vai dar para tentar manter a hegemonia

Tô chegando


Subir ao pódio é uma sensação muito boa. Gera um monte de fotos erguendo o troféu e dá para tirar a maior onda compartilhando-as no Facebook, como se eu fosse um corredor de verdade. A dura realidade, no entanto, é que para mim - e para a grande maioria das pessoas que conheço - chegar entre os três primeiros colocados, seja na classificação geral ou na faixa etária - é muito mais uma questão da (falta de) qualidade dos concorrentes do que da minha própria capacidade física. Ainda assim, vou fingir que não tenho esta consciência e vou publicar aqui no blog um monte de fotos minhas no pódio. Às vezes, uma certa dose de auto engano não faz mal a ninguém.
Tirando onda de atleta de elite no pódio.


Resultados da corrida.

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