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Volta ao Lago - Versão do Diretor

Já percebeu que todo clássico sempre acaba ganhando uma outra versão? Blade Runner? Versão do diretor. Star Wars? Trilogy DVD release. Who's Next? Deluxe Edition. O senhor dos Anéis? Triologia estendida. Já que a Volta ao Lago é um percurso clássico, tem que ter diversas versões diferentes. Tem Volta ao Lago no sentido horário. Também tem Volta ao Lago no sentido anti-horário. Tem Volta ao Lago com ou sem Lago Norte. Qualquer que seja a escolha do freguês, Volta ao Lago que é Volta ao Lago tem que incluir uma passadinha na Barragem do Paranoá. Hoje, uma nova versão foi apresentada: Volta ao Lago, versão do Diretor. Além do percurso clássico, inclui a clássica subida do Colorado. Mais clássica impossível. Clássica das clássicas.

Pelotão reunido para a foto oficial da largada.

Vamos aos fatos. Embora hoje fosse dia de clássicos, tia Day nem precisou de sua clássica mentira de ciclista. "Vou girando". Ela foi de carro mesmo. Como nem tudo é perfeito, o pelotão já tinha partido quando chegou ao Deck Brasil. Menos mal que o Rafael também chegou atrasado. Clássico. Tia Day sugeriu que aguardassem o pelotão do outro lado da ponte. Era a sugestão das instruções passadas no dia anterior, por e-mail e Whatsapp, para quem se atrasasse. Rafa virou para ela e disse:

- Confia em mim, gata. Eu tenho um plano. - e guiou a menina em direção ao atalho.

Qualquer mulher sabe que quando um homem diz "eu tenho um plano", não há o menor perigo de dar certo. É clássico. Acompanhem o meu raciocínio. Este foi o percurso que fizemos:


Este foi o percurso sugerido para quem se atrasasse:


Faz sentido. Este, porém, foi o pequeno "atalho":


Ao passar pelo Gilberto Salomão, Rafael finalmente resolveu parar para pedir informação. Clássico:

- Passou um grupo de bicicletas por aqui?
- Ih, moço. Passou faz tempo.
- Não se preocupe, gata. Está tudo sob controle. Me segue.

Qualquer mulher sabe que quando um homem diz que está tudo sob controle, não há o menor perigo de dar certo. Dayana começou a fazer cara de choro e, a esta altura, ninguém conseguia saber se era por alguma lembrança reprimida ter aflorado ao ouvir "está tudo sob controle", pelo arrependimento de não ter tocado na bike nas últimas semanas ou pelo arrependimento de ter tocado nela hoje. Olhou de relance o Cateye: 50 km/h.

- Rafael! Assim você vai me matar.

Foi quando surgiu o Franco com a Saveiro do Gaúcho.

- Franco... coloca essa mulher dentro do carro senão não vai dar.

Pronto. A culpa agora é da mulher. Clássico. E toca de conquistar todos os KOMs da L4 Norte. Na altura do Minas Tênis Franco desovou Dayana na frente do pelotão. Na altura do Deck da Asa Norte é a vez de Rafa finalmente conseguir se conectar. Finalmente, todos os amiguinhos estão reunidos.

Mais fatos: disseram ao vovô Mancha que Viagra melhora o desempenho e ele resolveu experimentar. Sacou do bolso da camisa 3 papelotes de comprimidos. Era tanta muamba que ninguém queria passar perto dele pela patrulha do Paranoá. O interesse do vovô, porém, era desempenho. Tomou todos de uma vez só, esvaziando a caramanhola. No meio do pedal, o vovô estava tão azul que parecia um Smurf. Era só alguém gritar:

- Tomou Viagra, Mancha?

Para o dedo médio do vovô enrijecer involuntariamente, claramente comprovando o doping. Passamos o Lago Norte até o Clube do Congresso, retornamos, pegamos na direção do Colorado e nos preparamos para fazer a clássica subida de categoria 3 do Colorado. Nos reagrupamos na Torre de TV Digital, último "presente" de Oscar Niemeyer para a população de Brasília, conforme o planejado. O Mancha fez questão de estacionar a bike na vaga preferencial de idosos, sacando o cartão de autorização que comprovava sua condição do bolso da camisa caso o Detran aparecesse por lá. Fizemos o reabastecimento, tiramos as fotos oficiais do pedal do dia e partimos para a segunda metade da Volta ao Lago.

Torre de TV Digital

Alinhando para a foto

A estrada que liga a Torre Digital ao Itapoã não tem acostamento e o asfalto é grosso e mal conservado. Também tem um tráfego razoável de automóveis e caminhões. Apesar disso, viemos nela sem sobressaltos, razoavelmente compactados. Entramos no Itapoã e o asfalto subitamente ficou um tapete. Seguimos em direção à barragem do Lago Paranoá. Na subida da barragem o pelotão se partiu e fui trocando roda com o Paulo e o Aguiar, que tinha nos encontrando logo no início do pedal, muito antes do Rafael nos alcançar. Na altura do Deck todos pararam, à procura de um pretexto para fazer o retorno e encerrar o pedal. O Mancha apareceu, ainda sob o efeito da medicação e, meio a contragosto, fomos todos em direção do CNPQ. No retorno após o posto, a corrente caiu e quase que faço o mesmo, parado. Pra não dizer que não houve nenhum incidente de trânsito, na altura do Gilberto Salomão um motorista na pista do meio simplesmente resolveu entrar à direita e quase nos derruba. Rolou aquele bate boca clássico, característico de quando ninguém está realmente com disposição de brigar mas também não quer deixar a situação em branco.

Voltamos a pedalar e chegamos ao Deck, concluindo o pedal e iniciando a clássica e merecida hidratação. Nos hidratamos tão bem que a Heineken do Fran's acabou. Como a Stella estava quente, tivemos que voltar para casa.


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