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Estrada Parque Cabeça de Veado

O Distrito Federal tem uma grande rodovia que contorna a região central de Brasília. É a DF-001, também conhecida por Estrada Parque Contorno ou simplesmente pela sigla, EPCT. A importância desta rodovia é muito maior do que se costuma imaginar. É a partir dela que foi estabelecida a origem das oito rodovias federais radiais. No âmbito distrital, são consideradas rodovias distritais radiais aquelas que tocam a DF-001, diretamente ou através da EPIA.

Por algum motivo perdido no tempo, convencionou-se que tanto a EPCT como as rodovias distritais radiais seriam chamadas de "Estrada Parque". Para não fugir da regra que toda regra tem uma exceção, a DF-002 foi batizada como Eixo Rodoviário (ER). É curioso notar que algumas destas estradas estão longe de ter a extensão que nosso imaginário poderia julgar como sendo digna da denominação "rodovia". O próprio Eixo Rodoviário, do Balão do Aeroporto ao Balão do Torto tem 20 km. Acha pouco? Que tal a DF-027, a EPJK, que liga a Ponte JK à DF-001 com meros 2,1 km?

Uma destas minúsculas rodovias é a DF-035, a Estrada Parque Cabeça de Veado. O nome foi retirado de um ribeirão nas proximidades, afluente do Lago Paranoá. A origem do nome do ribeirão, por sua vez, é tão misterioso quanto a origem do termo "parque" das Estradas Parque. A EPCV tem 4.100m. Não é coincidência que a subida da QI 23 tenha 4.100m. A EPCV é a subida da QI 23, rota bastante comum nos treinos de ciclismo de Brasília.

Desde que os acostamentos do Lago Sul foram transformados em ciclofaixas, em 2009, a QI 23 conta com um local reservado para as bicicletas. Enquanto se pode discutir se esta foi uma boa opção ou uma obra cosmética - o Código Brasileiro de Trânsito tanto designa o acostamento como o local apropriado ao trânsito de bicicletas quanto nele restringe o tráfego de automóveis o que, de certa forma, torna as ciclofaixas redundantes - ao menos ela serviu para legitimar a presença das bikes nas vias para aqueles que insistem em vê-las como de uso exclusivo aos veículos automotores.

Recentemente, a QI 23 foi completamente recapeada. Coisa incomum nas obras viárias no Brasil, a ciclofaixa não foi deixada de lado. Não só foi contemplada como a obra ficou digna de elogios. Inicialmente criticada por dar preferência ao acesso de veículos aos condomínios à margem da rodovia em detrimento das bicicletas, a sinalização horizontal em vermelho foi alterada para privilegiar a ciclofaixa, separada das pistas de rolamento com tachinhas de LED alimentadas por energia solar. Coisa de primeiro mundo. As obras foram concluídas em fevereiros e inauguradas em 18/03/2016.

Infelizmente, há aqueles que não conseguem viver bem em sociedade. 11 dias após de sua inauguração, a ciclofaixa apareceu depredada. Os acessos ao Condomínio Villa Jatobá e à Escola das Nações foram porcamente nivelados em relação à pista, pouco importa se isso significa que agora há um degrau que as bicicletas têm que transpor na ciclofaixa. É claro. O conforto daqueles que pagam IPVA deve prevalecer sobre a segurança dos usuários de bicicletas. Triste perceber esta mentalidade sendo perpetuada por uma instituição responsável justamente por moldar a mentalidade de crianças.



Ao tomar conhecimento do atentado, moçada se mobilizou e acionou seus contatos. A Globo prometeu reportagem no DF TV. O DER prometeu agir. Só nos resta torcer para providências sejam realmente tomadas no sentido de restaurar as ciclofaixas à situação anterior e que o ônus recaia sobre os responsáveis por tamanha falta de senso de coletividade.


Fontes:

Um comentário:

  1. Foda que essa turma quando vai pro exterior acha lindo o monte de bicicleta na rua. Em casa não pode...

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