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Primeiro treino de pista desde que caiu a ficha que a epidemia do coronavírus não só é mais séria do que parecia até agora como também não vai se resolver em pouco tempo. A bem da verdade, parece que a ficha caiu somente para alguns. Há os que, como eu, estão seriamente preocupados, nem tanto por mim, individualmente, mas pelo impacto que ela vai causar na coletividade como um todo. Sou jovem (ou pelo menos minha idade não me coloca em grupo de risco), saudável e atleta. Segundo a calculadora on-line COVID-19 Survival Calculator, tenho 99,56% de chances de sobreviver. Estatisticamente, vou sobreviver. Assim como vai sobreviver a imensa maioria de pessoas que forem infectadas pelo vírus. A preocupação é que mesmo que minhas chances sejam imensamente favoráveis, eu possa servir de vetor e contaminar alguém que esteja no grupo de risco, fazendo com que esta pessoa venha a adoecer gravemente ou, pior, vir a óbito. Esta realmente deveria ser a preocupação de todos. É muito mais efetivo agir agora, seguindo as instruções de isolamento social do que, mais tarde, compartilhar uma foto cheia de caixões com a hashtag #prayforsomething.

Para algumas pessoas, porém, tudo isso não passa de um alarmismo inconveniente. Recusam até mesmo o privilégio de fazer teletrabalho e minha desconfiança é que o fazem somente para não dar o braço a torcer.

Enquanto isso, ficamos no dilema: vai treinar ou não? Os especialistas dizem que não tem problema praticar atividades físicas em espaços abertos, desde que se evite aglomeração. A ARN manteve as atividades - a Evolua resolveu se enquadrar no decreto que fechou as academias por 15 dias, mesmo porque um pelotão de ciclistas não deixa de ser uma aglomeração - mas adotou algumas precauções: cada um leva sua própria água e evita-se os cumprimentos e o papo furado. A intenção é boa, a implementação, nem tanto. O álcool 70% para limpar a mesa e os equipamentos está em falta. O a 60% vai ter que servir, mesmo que, na verdade, não sirva. Vou meio que com remorso, meio que com a sensação que esta não é a coisa mais acertada a se fazer, meio que com a sensação que isso não é isolamento social de verdade. Vou meio que com a sensação que em breve não irei mais: se os exemplos que vêm de fora, dos países em que a epidemia está em estágio mais avançado querem dizer alguma coisa (e nada leva a crer que por aqui será diferente), em breve estaremos compulsoriamente trancados em casa, impedidos de sair para qualquer outra coisa que não seja ir ao supermercado ou à farmácia. Estou cada vez mais inclinado em comprar uma esteira mesmo que mais tarde ela venha a ter o destino inevitável de todo o equipamento ergométrico: virar cabide. É melhor me decidir logo antes que as entregas fiquem restritas também.

Planilha: 8km alternando 2 minutos fortes e 1 minuto fraco. Nonato me liberou dos educativos e, então, resolvi fazer todo o treino, aquecimento e intervalado na volta grande do Parque da Cidade. O parque parecia mais vazio que o normal. A cidade parece mais vazia que o normal. Ninguém conhecido ou sequer familiar ao longo do trajeto. Na pista de kart, Wandréa, distraída, quase foi atropelada pelo Emerson que apareceu para treinar com o Gaúcho. Quem também apareceu para treinar com ele foi o Rafael, um pouco "parrudo", segundo os comentários.

Ao fim do treino, Nonato nos pediu para ir até uma mesa afastada onde uma estudante de Educação Física do CEUB media os corredores, à medida que eles terminavam o treino, para sua monografia que buscava correlacionar flexibilidade com lesões calcâneas.

Finalmente, um vídeo de um aparelho de ginástica no Parque da Cidade. Gente, não era exatamente isso que os especialistas tinham em mente quando liberaram atividades físicas ao ar livre. Isso é uma concentração de pessoas!

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