40ª Corrida SESI do Trabalhador
40ª Corrida SESI do Trabalhador by mwolosker at Garmin Connect - Details
Tênis: Adizero Adios
A Corrida do Trabalhador de 2007 foi a minha segunda prova desde que recomecei a correr e a primeira de 10k. Tem um certo valor sentimental, então. Naquela ocasião, completei o percurso, que imagino ter tido 10km, em 1:03:48 - um ritmo de 6,38 min/km. A corrida de hoje teve, marcados em meu GPS, 11,57 km e a completei em 47:26, um ritmo de 4:06 min/km. Uma certa evolução.
Fiquei até tarde ontem no trabalho. Cheguei em casa por volta das 23:30 e fui direto para cama, mas custei a pegar no sono. Quando estava quase lá, fui despertado por uma queima de fogos no Iate Clube. Já que não tinha jeito, levantei-me e fui assistir da varanda de meu quarto. Já passava da 1:00 quando finalmente consegui dormir. Considerando que acordei às 6:20 do dia seguinte, não estava 100% descansado para a corrida.
Tomei um bom café da manhã e fui para o local da largada, um pouco preocupado com a hora pois, segundo o regulamento, os kits estariam disponíveis até às 8:00. Deixei o carro um pouco distante e, no caminho, encontrei com uma senhora que me perguntou de onde seria dada largada. Indiquei-lhe o local, após a Torre de TV, e ela apertou o passo.
Entrei na fila para pegar o kit e, quando estava próximo da minha vez, um segurança pediu licença:
- A moça está com uma bebê e, por isso, tem preferência.
- Ela vai correr com a criança no colo? - perguntei-lhe.
- Aí não é problema meu. Ela tem preferência.
- Não sei se é justo. Se ela vai correr, tem alguém para tomar conta da criança. Neste caso, por que ela não a deixou com essa pessoa?
O pessoal da fila começou a me dar razão. De relance, vi na etiqueta do chip que ela havia pegado o kit para um tal de Antônio. Que coisa feia! Usar uma criança para furar fila!
- Boa sorte, Antônio - disse-lhe enquanto ela passava por mim.
Mais tarde, encontrei a todos - mãe, pai e filha - na tenda da equipe. Cheguei junto com o Antônio e até o cumprimentei, pois demos o sprint final juntos. Mas isso não ameniza a furada de fila. Em minha opinião, não existe nada mais brasileiro - e mais deplorável - do que a naturalidade com que se fura fila. Isso decerto ocorre em outros lugares mas, no Brasil, deixar que tomem o seu lugar na fila é visto como quase uma obrigação e você perde a razão se reclamar. Afinal de contas, o tempo do Antônio deve ser muito mais valioso que o meu.
Aqueci por 10 minutos e me dirigi à largada às 08:55. Às 09:00 tocaram o Hino Nacional cantado e completo em suas duas estrofes. Às 09:05 o locutor informou que a largada se daria em 10 minutos. Chiadeira geral. Às 09:08 a largada foi dada. O início, geralmente ocorre, foi tumultuado. Pegamos as 6 pistas do Eixo Monumental em direção à rodoviária e, lá, entramos no Eixão Sul. Logo comecei a reparar que as distâncias marcadas não estavam batendo com o meu GPS. O retorno dos 5 km se deu quase no km 3 e, no ponto de hidratação pouco após esse local, meu GPS já marcava 3,5 km. As distâncias iam divergindo em cerca de 200m por km até que fizemos o retorno no km 5,5.
A partir daí, pegamos uma subida leve mas com vento contra. Imaginei que a distância entre as marcações iria diminuir no final mas, no km 7, que correspondia ao oitavo no GPS, ficou claro que não isso não ia acontecer. Algumas marcações de quilometragem indicavam, também, o ritmo em que supostamente estávamos e ver que ele permanecia constante em 4'25" - 4'30" min/km era perturbador.
Tentei me concentrar e manter o ritmo, sem forçar em demasia já que tinha 1 km a mais a percorrer do que o previsto. Descemos pelo Buraco do Tatu e, nesse ponto, pensei em diminuir a partir do km 10 - afinal era a distância que eu tinha me proposto a correr - mas, ao passar por ele, pouco antes de entrar novamente no Eixo Monumental em direção à Torre de TV, senti que a situação estava sob controle. Nesse ponto, uma subida forte em que não há como manter o ritmo. Comecei a passar alguns corredores dos 5 km e passei a me concentrar em chegar: Faltam 2 sinais de trânsito... Agora só falta mais 1... É só contornar aquela curva... Agora é só dar todo o (pouco) gás que restou... Cheguei! 11,700 km no meu GPS.
Troquei o chip pela medalha e fui à tenda da Equipe Lo-Rã. Encontrei o Jurandir desolado. Ele, tal qual os outros primeiros colocados da corrida de 5 km, tanto da categoria masculina quanto da feminina, se confundiram com o retorno e acabaram desclassificados por cortar caminho.
Encontrei com Laurent e me lamentei:
- Hoje era o dia! Fiz os 11,6 km em 47:00 baixos. Se fossem 10 km acho que dava para fazer abaixo de 40:00.
Ele me perguntou se eu estava inscrito na prova da União Européia e falou para fazê-lo, para tentar fazer o tempo no próximo fim de semana.
Ainda dei um tempo e fui na direção do carro. Eis que encontro aquela senhora de antes da largada, um pouco perdida - o que lhe parece ser comum. Conduzi-a em direção aos nossos carros e fomos conversando no caminho. Ela estava fazendo a sua segunda corrida. Disse-me que a mãe não entendia muito bem o porquê de alguém correr e eu ainda fiz troça, dizendo-lhe "ainda mais quando se corre, corre, corre e se chega no mesmo lugar". Contou que seu filho estava se mudando para Buenos Aires e que a corrida passou a ser uma válvula de escape.
As explicações dos organizadores da corrida estão no Fórum do site Corredor de Rua.
Tênis: Adizero Adios
A Corrida do Trabalhador de 2007 foi a minha segunda prova desde que recomecei a correr e a primeira de 10k. Tem um certo valor sentimental, então. Naquela ocasião, completei o percurso, que imagino ter tido 10km, em 1:03:48 - um ritmo de 6,38 min/km. A corrida de hoje teve, marcados em meu GPS, 11,57 km e a completei em 47:26, um ritmo de 4:06 min/km. Uma certa evolução.
Fiquei até tarde ontem no trabalho. Cheguei em casa por volta das 23:30 e fui direto para cama, mas custei a pegar no sono. Quando estava quase lá, fui despertado por uma queima de fogos no Iate Clube. Já que não tinha jeito, levantei-me e fui assistir da varanda de meu quarto. Já passava da 1:00 quando finalmente consegui dormir. Considerando que acordei às 6:20 do dia seguinte, não estava 100% descansado para a corrida.
Tomei um bom café da manhã e fui para o local da largada, um pouco preocupado com a hora pois, segundo o regulamento, os kits estariam disponíveis até às 8:00. Deixei o carro um pouco distante e, no caminho, encontrei com uma senhora que me perguntou de onde seria dada largada. Indiquei-lhe o local, após a Torre de TV, e ela apertou o passo.
Entrei na fila para pegar o kit e, quando estava próximo da minha vez, um segurança pediu licença:
- A moça está com uma bebê e, por isso, tem preferência.
- Ela vai correr com a criança no colo? - perguntei-lhe.
- Aí não é problema meu. Ela tem preferência.
- Não sei se é justo. Se ela vai correr, tem alguém para tomar conta da criança. Neste caso, por que ela não a deixou com essa pessoa?
O pessoal da fila começou a me dar razão. De relance, vi na etiqueta do chip que ela havia pegado o kit para um tal de Antônio. Que coisa feia! Usar uma criança para furar fila!
- Boa sorte, Antônio - disse-lhe enquanto ela passava por mim.
Mais tarde, encontrei a todos - mãe, pai e filha - na tenda da equipe. Cheguei junto com o Antônio e até o cumprimentei, pois demos o sprint final juntos. Mas isso não ameniza a furada de fila. Em minha opinião, não existe nada mais brasileiro - e mais deplorável - do que a naturalidade com que se fura fila. Isso decerto ocorre em outros lugares mas, no Brasil, deixar que tomem o seu lugar na fila é visto como quase uma obrigação e você perde a razão se reclamar. Afinal de contas, o tempo do Antônio deve ser muito mais valioso que o meu.
Aqueci por 10 minutos e me dirigi à largada às 08:55. Às 09:00 tocaram o Hino Nacional cantado e completo em suas duas estrofes. Às 09:05 o locutor informou que a largada se daria em 10 minutos. Chiadeira geral. Às 09:08 a largada foi dada. O início, geralmente ocorre, foi tumultuado. Pegamos as 6 pistas do Eixo Monumental em direção à rodoviária e, lá, entramos no Eixão Sul. Logo comecei a reparar que as distâncias marcadas não estavam batendo com o meu GPS. O retorno dos 5 km se deu quase no km 3 e, no ponto de hidratação pouco após esse local, meu GPS já marcava 3,5 km. As distâncias iam divergindo em cerca de 200m por km até que fizemos o retorno no km 5,5.
A partir daí, pegamos uma subida leve mas com vento contra. Imaginei que a distância entre as marcações iria diminuir no final mas, no km 7, que correspondia ao oitavo no GPS, ficou claro que não isso não ia acontecer. Algumas marcações de quilometragem indicavam, também, o ritmo em que supostamente estávamos e ver que ele permanecia constante em 4'25" - 4'30" min/km era perturbador.
Tentei me concentrar e manter o ritmo, sem forçar em demasia já que tinha 1 km a mais a percorrer do que o previsto. Descemos pelo Buraco do Tatu e, nesse ponto, pensei em diminuir a partir do km 10 - afinal era a distância que eu tinha me proposto a correr - mas, ao passar por ele, pouco antes de entrar novamente no Eixo Monumental em direção à Torre de TV, senti que a situação estava sob controle. Nesse ponto, uma subida forte em que não há como manter o ritmo. Comecei a passar alguns corredores dos 5 km e passei a me concentrar em chegar: Faltam 2 sinais de trânsito... Agora só falta mais 1... É só contornar aquela curva... Agora é só dar todo o (pouco) gás que restou... Cheguei! 11,700 km no meu GPS.
Troquei o chip pela medalha e fui à tenda da Equipe Lo-Rã. Encontrei o Jurandir desolado. Ele, tal qual os outros primeiros colocados da corrida de 5 km, tanto da categoria masculina quanto da feminina, se confundiram com o retorno e acabaram desclassificados por cortar caminho.
Encontrei com Laurent e me lamentei:
- Hoje era o dia! Fiz os 11,6 km em 47:00 baixos. Se fossem 10 km acho que dava para fazer abaixo de 40:00.
Ele me perguntou se eu estava inscrito na prova da União Européia e falou para fazê-lo, para tentar fazer o tempo no próximo fim de semana.
Ainda dei um tempo e fui na direção do carro. Eis que encontro aquela senhora de antes da largada, um pouco perdida - o que lhe parece ser comum. Conduzi-a em direção aos nossos carros e fomos conversando no caminho. Ela estava fazendo a sua segunda corrida. Disse-me que a mãe não entendia muito bem o porquê de alguém correr e eu ainda fiz troça, dizendo-lhe "ainda mais quando se corre, corre, corre e se chega no mesmo lugar". Contou que seu filho estava se mudando para Buenos Aires e que a corrida passou a ser uma válvula de escape.
As explicações dos organizadores da corrida estão no Fórum do site Corredor de Rua.
Correndo certo risco de parecer antipático, não me parece absurdo que quem optou por ter filhos assuma os ônus dessa escolha (no caso, aguardar na fila com o bebê no colo), ao invés de querer compartilhá-lo com as outras pessoas.
ResponderExcluirParabéns pelo desempenho!