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Intervalado: Z3 - Moderado


Sem chuva, sem desculpas para trocar a sapatilha de ciclismo pelo tênis de corrida. A saída do Deck seria pelo Pontão, o que dava tranquilidade para me arrumar com calma porque dá para encontrar o pelotão da Evolua no caminho. Não é quando a equipe sai em direção à ponte JK que qualquer atraso tem que ser compensado ou na base da perna ou tomando um atalho.

Calibrei os pneus de Bianca e consegui encontrar um lugar onde prender o sinalizador que insistia em pular quando colocado em torno do canote largo do selim. O Garmin marcava 5:54 quando me joguei pela descida da ponte Costa e Silva. Peguei um atalho pela contramão logo após o Pontão e subi na direção do Deck. A equipe já teinha partido mas fiz o retorno no sinal bem a tempo de me conectar ao fim do pelotão.

No Spotify, coloquei a metade final do episódio #155 do Viracasacas que começara na véspera e, para não ficar na mão, ou melhor, no silêncio, adicionei o 3º episódio do Caso Evandro à fila de reprodução.

Antes dos tiros propriamente ditos começarem, Poletti me disse:

- Acho que o pneu está furado.

Com o fones de ouvido, não entendi muito bem o que ele estava dizendo, mas meio que me apavorei que eu havia saído de casa sem câmara de ar reserva e se não conseguisse alguma emprestada, teria que voltar para casa de Uber.

- O meu?
- Não... o meu.

De fato o pneu traseiro dele parecia um pouco baixo. Ele seguiu no pelotão, mas na volta seguinte, encostou a bicicleta junto ao meio-fio e com o Franco tentou trocar a câmara de ar. Não deu certo porque depois de uns 20 minutos tentando resolver a situação ele tirou o capacete, deixou a bicicleta apoiada sobre o selim e o guidom e se sentou na calçada, onde permaneceu até quando, após o treino, estávamos pegando o rumo da Vila Planalto para voltar ao Deck.

Analisando o treino no Strava, percebi que ele foi melhor do que eu imaginava quando, no chuveiro, senti os músculos das pernas doendo e pensei que já tinha estragado de antemão o treino do dia seguinte. "Como correr com as pernas tão fatigadas como as estou sentindo?". É um pensamento recorrente às quartas-feiras e, embora eu me prometa constantemente me resguardar, ficar na rabeira do pelotão ou mesmo ficar com um grupeto desgarrado, é daquelas promessas que faço sabendo que não vou cumpri-la. Nem sei como ainda acredito em mim. Na hora da empolgação é tiro para tudo quanto é lado e todos querem andar forte, ainda que não queiram fazer força.

Rolou um 4º lugar geral em um dos segmentos e, embora eu não tenha a pretensão de afirmar que tenha contribuído ativa e decisivamente para a conquista, puxando o pelotão mais do que me protegendo em seu interior, não deixa de ser um bom indicativo de treino bem feito.

Nos agrupamos no estacionamento da Concha Acústica e pegamos o caminho de volta. Quando paramos no sinal da Vila Planalto, me aproximei do Gaúcho, na frente do pelotão, e lhe chamei:

- Gaúcho! E a confusão de ontem?

Ele estivera à paisana na pista do Alpinus no dia anterior. Passara o treino a seus alunos e se adiantara para um compromisso em Valparaíso antes que o entrevero começasse.

- Pois é. Ainda não sei o que aconteceu de verdade. Estou sabendo apenas das fofocas. Mas amanhã vou ter que conversar com o Nonato. Não é certo corredor querer bater em ciclista. A gente treina há 6 anos naquela pista, não é justo que quem chega agora já queira nos expulsar.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos que prometem fortes emoções.

Me despedi do pelotão na PGR e tomei o rumo de casa pela subida das embaixadas.

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