Header Ads

Header ADS

Tiros de 400m

Educativos antes dos tiros. Repare que a aula do curso por correspondência de fotografias para Instagram do professor Raimundo Nonato ainda não chegou nas fotos em movimento

Treino na planilha: 16x400m p/ 1'34" (50").

Estava escrito que um dia ia dar merda. Conforme havia narrado antes, desde que fomos desalojados da pista da UnB, passamos a treinar na pista de kart do Alpinus, no Parque da Cidade. Ocorre que a pista já então não estava ociosa durante o horário que treinamos. Já havia uma outra equipe que fazia seus treinos exatamente nos mesmos dias, nos mesmos horários e no mesmo local. Como elemento adicional, não é uma equipe de corrida, é uma equipe de ciclismo. E para completar o cenário, eles não usam a pista para treinar velocidade, treinam técnica, como, por exemplo fazer curvas.

Não importa o sentido de uma pista que se esteja usando ou a modalidade esportiva que se esteja praticando, há um ponto, bem no centro de uma curva, para onde todos convergem. O ciclista vai para lá porque é o ponto de tangente da curva, que lhe permite fazer a curva o mais veloz quanto possível. O corredor também vai para lá, porque é o ponto que lhe permite correr a menor distância. Como 2 corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo, a possibilidade de dar ruim é bem grande e eu, sinceramente, fico espantado que tenha demorado tanto tempo a acontecer.

Estava no meio dos meus tiros quando escuto uma conversa em tons exaltados:

- Porra, cara! Você tem que tratar o pedestre com o mesmo respeito que quer que os carros tratem os ciclistas!

- Você viu que eu estava vindo. Aí você ultrapassou ele e passou a 5 cm de mim!

- Eu sei que vocês treinavam aqui antes. Mas a gente foi expulso de onde estava e ficamos sem ter para onde ir.

Se estou narrando apenas o que o Alexandre disse, é porque era ele quem falava alto o suficiente para que eu conseguisse ouvir enquanto passava por eles, a meio caminho do meu tiro de 400m. Panos quentes para cá, deixa disso para lá, cada um foi pro seu canto e, ao menos por hoje, o confronto final acabou adiado.

Eu entendo como o pessoal do ciclismo se sente. Eles estavam felizes e contentes, com a pista só para eles, quando, do nada, aparecemos para disputá-la. Provavelmente me sentisse da mesma forma. Por outro lado, não resolvemos aparecer do nada. Fomos porque, desde que o Centro Olímpico da UnB entrou em obras, essa foi a única opção que restou. Também é preciso levar em conta que a pista é pública e que nenhum dos dois grupos, ciclistas ou corredores, está fazendo o uso para o qual ela foi construída. Se aparecesse o pessoal do kart a reivindicá-la, provavelmente concordaríamos que eles teriam prioridade para usá-la e iríamos todos que ir embora.

Enquanto isso não ocorre, estranhamentos serão inevitáveis. É irreal pensar que alguém, no meio de uma série de tiros, vai ter oxigênio no cérebro suficiente para se lembrar de só pegar a tangencia da curva se não houver alguém vindo no sentido contrário. Ou que ao perceberem que estão em rota de colisão, ambos façam os mesmos cálculos e concordem em desviar para lados opostos.


Enfim, vamos ao que interessa: O treino. Bom treino. Muito bom até. Praticamente todos os tiros abaixo do tempo programado. A marcação da pista não está 100%, por isso tenho optado por correr marcando a distância no Garmin e não me baseando nas marcações da pista. Assim, como o GPS também não tem precisão absoluta, os tiros não terminam exatamente no mesmo local, embora sempre depois da marcação dos 400m. Por isso, a oscilação nos tempos se dá mais em função da diferença da distância do que na velocidade em si. Ritmo, em geral, mais baixo do que o dos treinos mais longos mas, a meu ver, ainda muito próximos.

Antes de ir embora, o incidente entre o Alexandre e o ciclista acabou levando para os tempos de quartel e ainda tevemos uns bons 20 minutos de histórias.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.